As lagartas são pragas que representam uma ameaça significativa à produtividade da cultura da soja. Quando não controladas adequadamente, podem causar perdas de até 75,8% na lavoura, comprometendo seriamente o rendimento do produtor. Esses insetos mastigadores atacam a planta de diferentes formas, desde o desfolhamento até danos no caule e nas vagens, dependendo da espécie. Sua voracidade e rápida proliferação tornam o manejo dessas pragas um desafio crucial na proteção das lavouras.
Entre as estratégias de controle, o horário de aplicação do inseticida desempenha um papel decisivo. Escolher o momento correto do dia não é apenas um detalhe operacional, mas uma abordagem estratégica que pode determinar a eficácia do produto e o sucesso do manejo. Condições como o comportamento das lagartas, a temperatura e a umidade do ambiente influenciam diretamente a eficiência dos defensivos agrícolas, reforçando a importância de planejar cuidadosamente essa etapa para minimizar os danos e maximizar os resultados no campo.
QUAL É O MELHOR HORÁRIO PARA APLICAÇÃO?
A noite é o período mais vantajoso. De acordo com Sebastião Antonio Polato (2011), o intervalo entre 20h e 4h é considerado um dos mais eficientes. A razão para isso é que as temperaturas mais baixas e a maior umidade do ar ajudam a evitar a evaporação excessiva do produto. Além disso, as plantas absorvem melhor os produtos durante esse período, e as lagartas estão mais vulneráveis.
Se a aplicação noturna não for possível, uma alternativa é realizar o procedimento nas primeiras horas da manhã, antes das 9h. Nesse horário, o clima permanece mais ameno, com alta umidade, o que reduz a evaporação do produto e aumenta a sua eficácia, inclusive as lagartas tendem a estar mais ativas na alimentação, o que amplia as chances de contato com o inseticida.
No entanto, é importante ficar atento aos períodos menos favoráveis. Deve-se evitar aplicar o produto entre 12h e 16h, quando as altas temperaturas e a baixa umidade aceleram a evaporação, prejudicando a eficácia do inseticida. Além disso, ventos fortes podem dispersar o produto para áreas indesejadas, resultando em menor controle e mais trabalho.
Figura 1: Lagarta destruindo a folha da soja.
Fonte: Equipe FieldView
Para um controle eficiente, é fundamental adotar o MIP (Manejo Integrado de Pragas), que combina diferentes estratégias, como o uso de plantas resistentes, controle biológico e controle químico. Entre os principais ingredientes ativos indicados para o controle de lagartas estão: Abamectina (eficaz contra lagartas em geral), Clorfenapir (ideal para lagartas maiores), Metomil e Clorantraniliprole.
Além disso, a utilização de adjuvantes na calda de pulverização é altamente recomendada, pois melhora a penetração e a aderência do inseticida, aumentando a eficácia do controle, otimizando os resultados e reduzindo os impactos ambientais. Todos esses produtos estão disponíveis no Portfólio da 3tentos.
Quando se utiliza um inseticida biológico, como o Bacillus thuringiensis (Bt), que age liberando toxinas específicas para o sistema digestivo das lagartas, é fundamental ter cuidados especiais durante a aplicação. Esses produtos biológicos são sensíveis à luz solar direta, o que pode reduzir significativamente sua eficácia. A exposição ao sol pode comprometer a ação das toxinas e diminuir o impacto sobre as pragas, dessa forma, é recomendado aplicar o inseticida no final da tarde ou durante a noite, quando a intensidade da luz solar é menor e as condições favorecem a permanência do produto na planta por mais tempo. Já os inseticidas químicos também exigem atenção, pois altas temperaturas e baixa umidade podem reduzir sua eficiência, comprometendo os resultados no controle das pragas.
Para garantir resultados eficazes e duradouros no combate às lagartas, é fundamental planejar a aplicação no momento certo e, para agregar na eficácia do produto e amenizar a perda durante a aplicação em momentos menos adequados, pode-se adicionar adjuvante no tanque de aplicação. O adjuvante vai mudar algumas propriedades da calda, acelerando a absorção da planta e diminuindo a exposição a fatores climáticos e perdas, aumentando a eficiência.
Desse modo, ao realizar a aplicação ao final do dia ou nas primeiras horas da manhã, você aproveita as melhores condições ambientais, garantindo maior eficiência e proteção para a lavoura de forma sustentável.Para mais informações procure um consultor 3tentos.
Texto escrito por Julia Eduarda Aquino e Luiz Henrique Manfio, membros da AGR Jr. Consultoria Agronômica, Empresa Júnior do Curso de Agronomia da UFSM Campus Frederico Westphalen, sob a orientação da professora Gizelli Moiano de Paula.
Referências
DEBORTOLI, M.P. Efeito do “rainfastness” e adjuvante na aplicação de fungicidas foliares em cultivares de soja. 2008. 57 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola), Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2008.
EQUIPE FIELDVIEW. Como realizar o controle de lagartas na soja e evitar prejuízos na lavoura. blog Equipe FieldView, 2023. Disponível em: https://blog.climatefieldview.com.br/controle-lagartas-soja. Acesso em: 04 jan. 2025.
KUHN Brasil. Como escolher o melhor horário para a concentração. Kuhn Brasil , 2025. Disponível em: https://www.kuhnbrasil.com.br/noticias/como-escolher-o-melhor-horario-para-pulverizacao.Acesso em: 04 jan. 2025.
POLATO, SA; OLIVEIRA, NC Eficiência do controle da lagarta-do-cartucho na cultura do milho em função de diferentes horários de aplicação de inseticida. Revista Campo Digital, v. 1, 2011. Disponível em: https://revista2.grupointegrado.br/revista/index.php/campodigital/article/view/1107. Acesso em: 04 jan. 2025.
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3TENTOS. INSETICIDAS. Defensivos Químicos, 2025. Disponivel em: https://www.3tentos.online/insumos-para-lavoura/defensivos-quimicos/inseticidas. Acesso em: 22 jan. 2025.mm
Referência da imagem de capa: Reprodução/Brasmax